Projeto Tamar

O Projeto Tamar é uma das principais atividades de preservação marinha do mundo. Atuando na pesquisa, conservação e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil (aruanã, cabeçuda, de pente, oliva e de couro), o Projeto serve de modelo para vários países, em especial por envolver as comunidades costeiras em seu trabalho socioambiental.
Com a missão de proteção das tartarugas, o Projeto Tamar atua em cerca de 1.100 km de praias, através de vinte e três bases mantidas em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso desse animais, no litoral e ilhas oceânicas de nove Estados brasileiros: Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Trabalhando na preservação das tartarugas marinhas e no envolvimento das comunidades locais, o Tamar tem suas atividades organizadas em três projetos de ação: conservação e pesquisa aplicada, educação ambiental e desenvolvimento local sustentável.
Criado em 1980, pelo antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), atual Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IMABA), o Projeto Tamar tem alcançado sucesso na restauração do ciclo interrompido, proteção das desovas, promoção da sobrevivência e a recuperação das populações das tartarugas marinhas no Brasil. Até o início dos anos 80, antes do Projeto ter sido implementado, estima-se que tenha havido uma redução de cerca de 60% desses animais. Atualmente, no entanto, a cada temporada são protegidos cerca de 17 mil ninhos e 800 mil filhotes. O envolvimento da comunidade costeira é uma das principais razões do sucesso do Tamar que, estrategicamente, oferece alternativas econômicas que amenizam a questão social, reduzindo a pressão humana sobre as tartarugas.
As pesquisas aplicadas são outro importante instrumento do Projeto Tamar. Através de análises práticas de conservação das tartarugas tem sido possível ampliar os conhecimentos acerca da sua biologia. Um exemplo desse trabalho são as marcações, tanto nas áreas de desova como de alimentação, das tartarugas encontradas vivas. Todas elas recebem um anel de metal nas nadadeiras dianteiras, para identificação e estudo de seu deslocamento e de seus hábitos comportamentais, além de dados sobre crescimento e taxa de sobrevivência.
Todo o trabalho adotado nesse modelo de preservação confere ao Projeto Tamar e aos seus pesquisadores prestígio e reconhecimento nacional e internacional. Prova disso são os diversos prêmios recebidos: Prêmio Top de Qualidade – 2004, UNESCO – 2003, Ernest Young – 2003, Honra ao Mérito – 2003, Spirit de Excelência Náutica – 2003, Náutica – 2003, Assembleia Legislativa do Espírito Santo – 2002, Ateneu 2002, Heroes of the Planet – 1998, J. Paul Getty – 1997, Troféu Axé – 1996, Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica – 1996, Prêmio Muriqui – 1996 e Prêmio Science for Conservation – 1994, entre outros.

Fonte:  Portal online do Projeto Tamar